Windhoek: a cidade africana com sotaque alemão
Quando a gente viaja, sempre pesquisa um pouco sobre a cidade ainda no momento de elaborar o roteiro. Essa pesquisa é bem importante, mas já tivemos algumas provas de que ela apenas nos dá uma “prévia” do que nos aguarda. Nossa aventura pela África, por exemplo, superou todas as expectativas que poderíamos ter criado e pesquisa nenhuma conseguiu chegar próximo do que vivemos lá (já compartilhamos um pouco destas experiências no blog)
Conhecemos países e cidades lindas e com uma diversidade de encher os olhos. Foi o caso de Windhoek, capital da Namíbia. Eu, particularmente, nunca imaginei encontrar no meio da África uma cidade que tem a cultura alemã tão forte e presente. Mas essa é apenas uma das coisas que nos surpreendeu na Namíbia – um país encantador, que vamos detalhar ainda melhor em outros posts por aqui.
Como chegamos em Windhoek
Chegamos na cidade via terrestre. Pegamos um ônibus que saía de Walvis Bay (cidade litorânea que fica a aproximadamente seis horas da capital) e paramos no Centro da cidade. O transporte terrestre namibiano é super seguro e confortável. Com ele conseguimos passar por cidadezinhas no meio do deserto do Kalahari. O motorista fez breves paradas em postos de gasolina para que os passageiros pudessem ir ao banheiro ou comer. Viajamos pela empresa Intercape e, como de costume, garantimos as passagens pela internet, antes mesmo de sair do Brasil.
Nossa única dificuldade foi encontrar um táxi que nos levasse até o hotel, já que chegamos em um domingo a tarde e a cidade não conta com serviço de Uber. Foi praticamente loteria. Descemos do ônibus e os poucos táxis que estavam parados na região foram rapidamente ocupados. Nosso hotel não ficava muito distante de onde paramos (no máximo uns 5 km), mas como estávamos com as malas, ficaria muito difícil nos deslocarmos sem um carro. A Intercape tinha uma sala de atendimento e fomos lá pedir que solicitassem um táxi pra nós. Em poucos minutos, já estávamos a caminho do hotel.
Acertamos no hotel!
O hotel que ficamos (Uhland) tinha um clima ótimo e super acolhedor. Ficava localizado em uma região tranquila, próxima ao Centro, mas tinha aquela característica de casa, sabe? Os donos moravam no mesmo terreno, tinha cachorros fofos no quintal e uma piscina na área externa. O quarto era ótimo e super espaçoso, além do local contar com café da manhã delicioso. Foi uma ótima escolha! (se você quiser saber como escolhemos os hotéis, não deixe de conferir o post sobre as ferramentas essenciais para planejar viagens)
Delícias da culinária local
Na mesma noite em que chegamos, fomos conferir um restaurante super conhecido por lá: o Joe’s Beerhouse. Além de uma culinária bem particular e típica da África – com carnes exóticas e temperos locais -, o local contava com uma grande variedade de cervejas e drinks. Provamos o Bushman Sosatie, uma seleção de carnes locais: Crocodilo, Zebra, Kudu, Oryx e Springbok acompanhada com Mielie Pap, uma espécie de polenta doce em forma de bolinho. As cervejas locais também não ficaram de fora: chope das marcas Whindoek e Tafel para acompanhar.
O atendimento é ótimo e o ambiente diferenciado. Tem mesas em áreas abertas e fechadas, música, uma iluminação e decoração temática… Enfim, vale a pena conhecer! O lugar é mais ou menos um complexo de eventos. Tem gente que passa o dia no Joe’s… Almoça, assiste apresentações culturais. Ou seja, se você tiver tempo, não deixe de passar algumas horinhas lá 😀
Conhecendo os pontos turísticos da cidade
Programamos apenas dois dias na cidade, pois em seguida voltaríamos para a África do Sul para a última parte da nossa viagem. Portanto, nossa ideia foi aproveitar o máximo e conhecê-la de maneira otimizada. Windhoek não é muito grande (tem pouco mais de 200 mil habitantes), mas é a mais populosa da Namíbia. Por isso, optamos por um city tour.
No dia seguinte embarcamos em nosso passeio “exclusivo”, já que só tínhamos nós dois e o guia hehehe. Percorremos alguns pontos centrais da cidade e a periferia, percebemos alguns contrastes da cidade e a forte influência alemã. O nosso guia, por exemplo, tinha como língua principal a alemã, e falava um inglês com bastaaante sotaque. Ele nos contou que a cidade possui uma colonização predominantemente europeia e conseguimos perceber facilmente na arquitetura, construções das ruas, flores…
Fomos a um dos pontos altos da cidade, que nos proporcionou uma visão de cima de Windhoek. Não chegava a ser um mirante, mas nos rendeu algumas fotos. Passamos também pela Embaixada Brasileira e pela Christuskirche, uma igreja lindíssima e luterana – outro indício da forte influência alemã por ali. Foi no pátio dela que conhecemos um namibiano artista, que fazia desenhos em uma semente. Ele perguntou o que queríamos que ele escrevesse na semente e, rapidamente, começou a lapidar o desenho. Ali mesmo, na nossa frente, ele desenhou um rinoceronte e nos ofereceu em forma de chaveiro. Muito talento!
Fomos também ao Parlamento de Windhoek, uma edificação ampla, com um lindo jardim e uma ótima localização. O local estava cheio e não pudemos entrar. Mas o pátio já nos rendeu ótimas histórias. Algumas estátuas dali contavam a história da cidade e nosso guia nos explicou um pouco mais o que cada uma delas significava.
O Centro da cidade conta também com lojas, mercados e grandes redes de restaurantes. Além disso, tivemos oportunidade de conferir a antiga estação ferroviária da cidade, que foi desativada há alguns anos. Um local antigo, mas preservado.
O contraste de Katutura
Talvez um dos momentos mais impressionantes foi nossa passagem pela periferia de Windhoek (Katutura). Lá, pequenos barracos construídos com folhas de alumínio (em uma área que não conta com energia elétrica e água) abrigam uma população que fica à margem da sociedade. Muitos deles, segundo nosso guia, vieram das tribos africanas para tentarem a vida na cidade grande. Por não dominarem outra língua além do dialeto das tribos ou do africâner (uma das línguas oficiais do país), acabam sem oportunidade de emprego e recursos para se manter. Infelizmente, são muitas famílias nessa situação 🙁 E esses contrastes da cidade ficam evidentes quando nos distanciamos do Centro.
Visita rápida que vale a pena
A cidade não tem muitos atrativos turísticos. Ela é um local de passagem de muitos viajantes que estão a caminho do Zimbábue ou até mesmo do deserto da Namíbia (que será tema de um post aqui no blog). Por se tratar da capital do país, Windhoek é muito importante, do ponto de vista econômico, mas coadjuvante, do ponto de vista turístico.
Mas isso não é motivo para não recomendarmos uma visita na cidade. Além de muito organizada e bonita, Windhoek é acolhedora. Fomos muito bem recebidos por todos que tivemos contato lá. A culinária é diferenciada, os valores aplicados em hospedagem, alimentação e passeios são razoáveis e é muito fácil encontrar alguém que fale português por lá. Por estar muito próxima da Angola, a Namíbia atrai muitos imigrantes de lá, que vão para o país tentar uma vida mais promissora.
Mas se você não se deparar com um brasileiro, angolano ou moçambicano, se prepare para ouvir qualquer outra língua local, sempre com um toquezinho alemão.
Já ouviu falar no Deserto da Namíbia? Preparamos um post especial para você! Acesse: Deserto da Namíbia: como chegar e o que fazer
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